No
início do século 20, as pessoas começaram as se cansar das ideias e princípios
do ballet, conforme Petipa, e buscavam novas ideias. O ballet russo, nessa
altura, já era mais famoso que o francês e alguns bailarinos já tinham fama
internacional. Uma das bailarinas mais famosas desse período era Anna Pavlova.
Anna Pavlova como
Gisele (1901)
Em 1909, Sergey Diaghilev levou o ballet
de volta para Paris, fundando a sua companhia Ballets
Russes. Faziam parte dela – Anna Pavlova, Tamara Karsavina, Adolph
Bolm, Vitslav (Vaslav) Nijinsky, Vera Karalli. Mais tarde entrariam: George
Balanchine, Leonid Massine, Mikhail Fokin e Serge Lifar.
A
estreia foi em 19 de Maio e obteve enorme êxito, principalmente os homens, já
que naquela época, tinham praticamente desaparecido dos palcos franceses.
Após a revolução russa de 1917, a companhia passou a ser de emigrantes e
Diaghilev foi proibido de retornar para a Rússia.
Vaslav Nijinsky
O Ballets Russes se apresentava, na maior parte, na
Europa ocidental, América do norte e sul. Eles estiveram em temporada no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro entre 17 de Outubro e 1º de Novembro de
1913, e em 1917.
Anna Pavlova, que saiu do Ballet
Russes um ano após a
sua criação, fundou sua própria companhia sediada em Londres e veio ao
Brasil em 1918, 1919 e em 1928.
Diaghilev começa uma parceria com o
compositor Igor Stravinsky, de onde surgiram quatro obras primas: O
Pássaro de Fogo (1910), Petrouchka (1911) – ambos com coreografia de
Mikhail Fokin,A Sagração da
Primavera (1913),
coreografia de Nijinsky, e Pulcinella (1920), com coreografia de Leonid
Massine. Com exceção do último, são todos baseados no folclore russo. A companhia
existiu até a morte do seu fundador, em 1929.
A Sagração da
Primavera
O italiano Enrico Cecchetti, após gloriosa
carreira como professor e bailarino na Rússia, foi o professor principal
do Ballet Russes de
1910 até 1921. Em 1918 ele abriu sua escola em Londres, e em 1923 retornou
para a Itália, tornando-se diretor da escola de bailados do Teatro La Scala.
O crítico de ballet Cyril Beaumont estudou o método Cechetti e, junto com
Stanislas Idzikowsky, sintetizou esse método no livro “Teoria e Prática da
dança clássica teatral” (1922).
Vaganova foi aluna de Cecchetti e
Petipa. Nos anos 20 e 30 do século XX, passou a trabalhar um método próprio de ensino da
dança clássica, mesclando os conhecimentos dos seus mestres, redigindo-o
no livro “Fundamentos da Dança Clássica”. Em 1935, seguindo ordens governamentais,
Vaganova modificou o final trágico do Lago dos Cisnes por um sublime.
A pressão ideológica daqueles anos
levou para a criação de ballets com realismo soviético, dentre eles podemos
citar: Romeo e Julieta, com música
de Prokofiev e coreografia de Leonid Lavrovsky,Chamas de Paris, música de Boris Asafiev e coreografia
de Vasily Vainonen, A Fonte Bakhchisarai, música
de Asafiev e coreografia de Rostislav Zakharov, e Cinderela,
música de Prokofiev e coreografia de Zakharov.
Em
1933, pouco após a morte de Diaghilev, Lincoln Kirstein convida Balanchine
para abrir uma escola de ballet nos Estados Unidos, essa escola deu origem à
“Escola de Ballet Americano” de Nova York.
Muitos consideram Balanchine como
sendo o primeiro representante do chamado “Ballet Neo-clássico”. Um marco
importante da história é o seu ballet Apollo, criado ainda para o Ballet
Russses na música de
Stravinsky.
Nessa
mesma época, em reação aos limites formais e severos da dança clássica,
acentuando a liberdade e expressão dos movimentos, surge uma nova tendência
da dança, a Moderna. Ela surgiu simultaneamente nos Estados Unidos e
Alemanha. Os primeiros grandes representantes foram Loie Fuller, Isadora
Duncan e Ruth St. Denis.
O precursor dessa ideia de liberdade
em movimento pode ser considerado o francês Françoise Delsarte, quando,
ainda no século XIX,
cria a sua teoria de relação entre o movimento humano e os sentimentos:
“sentimentos e a sua intensidade são a causa do movimento e a sua
qualidade”.
Rudolph
Labanc riou um novo sistema de análise e escrita de movimento, considerado
o mais completo de todos os tempos; a Kinetography, ou Labanotation.
Marta Graham surge com ideias inovadoras
e, em 1926, funda a sua companhia, a mais antiga companhia de dança dos
Estados Unidos. Pode-se dizer, figurativamente, que ela é a responsável
por trazer a arte da dança para o século XX. Dentre as suas inovações, a consciência de que a respiração
está diretamente ligada à expressividade do movimento e o trabalho com
o chão. Merce Cunnigham está entre os seus alunos.
Marta Graham
Na segunda metade do século XX, a alemã
Pina Bausch também dá novos rumos para a dança, inclusive na maneira de
criar/coreografar, tirando os movimentos do cotidiano da história de vida
de cada um dos seus alunos.
Por
fim (não referente à cronologia da história), a dança clássica e a dança
contemporânea passam a interagir. Nomes marcantes que devem ser citados
são o de: Jirí Kylián, Mats Ek, William Fosrythe, Nacho Duato e Maurice Béjart.
A dança contemporânea surgiu
na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura
clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que
muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de
1980 - a dança contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem
própria. Os movimentos rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da
dança moderna modifica o espaço, usando não só o palco como local de
referência.
A dança contemporânea é uma
explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço
conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a
cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, são
diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa
interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de
maior autonomia.
A dança contemporânea é uma
circulação de energia: ora explosiva, ora recolhida. A respiração, a
alternância da tensão e do relaxamento em Martha Graham, o desequilíbrio e o
jogo do corpo com a gravidade em D.Humphrey; E.Decroux faz trabalhar o diálogo
da pele e do espaço retornando às origens do movimento.
Merce
Cunningham
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